Split Payment no Simples Nacional: Guia Completo para 2025
Você já ouviu falar em split payment? Quer entender como essa novidade da nova Reforma Tributária impacta seu negócio? Neste guia, vamos desvendar o conceito, o cronograma de implantação, os benefícios, desvantagens e os cuidados necessários para aplicar corretamente o modelo no Simples Nacional.
O que é Split Payment? Entendendo a Revolução na Cobrança de Impostos
O Split Payment, ou “Pagamento Dividido”, substitui o modelo atual — em que a empresa recebe o valor total da venda e depois recolhe o imposto — por um sistema em que, no momento da transação, a parcela correspondente ao IBS/CBS é automaticamente recolhida pelo governo.
O Objetivo da Mudança
- Combater a sonegação fiscal: garante que o imposto seja recolhido antes que o valor caia no caixa da empresa.
- Aumentar a eficiência: reduz gargalos no processamento das guias e agiliza o fluxo de arrecadação.
- Simplificar a fiscalização: com dados em tempo real, o Fisco monitora operações sem esperar declarações mensais.
Como o Split Payment pode ser Importante para sua Empresa?
Segurança Financeira Imediata
Ao reter e recolher o IBS/CBS de forma automática no momento do pagamento, sua empresa elimina o risco de ficar com saldo tributário em aberto. Isso proporciona maior segurança para as empresas quanto ao aproveitamento de créditos tributários, já que o recolhimento passa a ocorrer no ato da transação, reduzindo o risco de perda de crédito por inadimplência do fornecedor.
Redução de Multas e Juros
Como o tributo é enviado automaticamente ao Fisco, você praticamente zera as chances de atrasos e autuações por pagamento fora do prazo.
Melhoria na Relação com Fornecedores e Clientes
Com comprovantes eletrônicos de recolhimento em tempo real, sua credibilidade aumenta, facilitando negociações e participações em concorrências públicas ou privadas.
Operação mais Ágil
Menos guias para emitir e menos passos manuais significam ganhos de produtividade no seu departamento financeiro.
Principal Desvantagem:
Embora o sistema de split payment resolva o problema da inadimplência tributária do ponto de vista do governo, ele pode agravar a situação financeira de empresas que já enfrentam dificuldades. Ao direcionar automaticamente o valor dos tributos ao governo no momento da venda, o modelo elimina uma das poucas alternativas que essas empresas tinham para manter seu caixa equilibrado, mesmo que de forma temporária.
Com isso, muitas acabam enfrentando um estrangulamento financeiro, perdendo a capacidade de cumprir outras obrigações e até de negociar suas dívidas com o Fisco, como por meio de parcelamentos ou programas especiais. Em vez de oferecer espaço para uma recuperação gradual, o sistema pode acelerar a crise e levar à falência, justamente por impedir que a empresa tenha qualquer flexibilidade tributária no curto prazo.
Cronograma de Implementação da Reforma Tributária
A implantação do Split Payment ocorre de forma gradual junto à reforma tributária, permitindo que empresas e sistemas se adaptem:
- 2025 (fase de testes):
Ambiente de homologação com retenção simulada de IBS/CBS, sem impacto financeiro real. - 2026 (piloto):
Retenção parcial em transações B2B, ainda opcional, para validação de processos. - 2027 (adaptação facultativa):
Empresas de maior porte podem ativar o Split Payment em produção, testando rotinas automáticas. - 2028 a 2033 (universalização):
Obrigatoriedade progressiva conforme o setor e o porte, até o modelo passar a ser padrão em todas as operações.
Como Preparar a Gestão Financeira da sua Empresa para o Split Payment
Para não ser pego de surpresa, comece já a ajustar seus processos e sistemas. Siga estas etapas:
Revisão e Projeção do Fluxo de Caixa
- Simule o seu caixa projetado considerando que o IBS/CBS será retido na fonte e não mais ficará disponível para cobrir despesas.
- Ajuste prazos de pagamento de fornecedores e despesas fixas para adequar seu capital de giro.
Análise da Necessidade de Capital de Giro
- Recalcule o montante mínimo para manter suas operações rodando sem usar o “float” do imposto.
- Considere linhas de crédito ou reservas emergenciais para meses de baixa receita.
Planejamento Tributário Estratégico
- Com seu contador, avalie se vale a pena optar pelo IBS/CBS “por fora” (gerando crédito para clientes) e, consequentemente, entrar no Split Payment.
- Analise o perfil da sua carteira de clientes — se há demanda por crédito fiscal, a mudança pode ser decisiva.
Integração de Sistemas e Processos
- Garanta que seu ERP, seu emissor de NF-e e seu gateway de pagamento consigam registrar separadamente o valor total da venda, o imposto retido e o líquido creditado.
- Teste em ambiente de homologação antes de ativar em produção.
Treinamento e Governança Interna
- Oriente equipe de vendas, financeiro e TI sobre os novos controles.
- Documente procedimentos e crie um manual interno para abertura de chamados quando ocorrerem falhas na retenção.
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Perguntas Frequentes sobre Split Payment
O que é Split Payment, de forma resumida?
É um modelo de arrecadação automática onde o imposto (IBS/CBS) é separado e repassado ao governo no momento exato da transação, antes de o valor da venda chegar à conta bancária da empresa.
Qual o principal objetivo do governo com o Split Payment?
Aumentar a eficiência da arrecadação e combater a sonegação fiscal, garantindo que o imposto sobre o consumo seja recolhido de forma imediata e automática, reduzindo a burocracia declaratória.
Quando o Split Payment começará a valer para as empresas?
A implementação plena está atrelada à transição da Reforma Tributária, com previsão de início a partir de 2027, de forma gradual, junto com a vigência mais ampla do IBS e da CBS.
Minha empresa é do Simples Nacional. Serei obrigado a usar o Split Payment?
Não. Se sua empresa permanecer no regime padrão do Simples, pagando via guia única (DAS), o Split Payment não se aplicará. Ele só afeta quem optar por recolher IBS/CBS “por fora”.
Por que uma empresa do Simples Nacional optaria pelo Split Payment?
Para ganhar competitividade em vendas B2B: ao recolher IBS/CBS “por fora”, gera-se crédito fiscal para o cliente, facilitando fechamentos de contratos e parcerias.
Qual o maior impacto do Split Payment na gestão financeira?
O impacto principal está no fluxo de caixa e no capital de giro: a empresa deixa de contar com o valor do imposto entre a venda e a guia, exigindo planejamento financeiro mais rigoroso.
Quem será o responsável técnico por separar o imposto?
As instituições de pagamento (bancos, adquirentes de cartão, fintechs) que processarem a transação deverão ter a tecnologia para “dividir” o valor automaticamente.
O Split Payment se aplica a todos os meios de pagamento, como boleto e PIX?
Sim. A regulamentação prevê integração a todos os meios eletrônicos; o formato exato para cada ainda será detalhado em lei complementar.
Como funcionará a devolução do imposto em caso de estorno ou cancelamento?
O sistema terá um mecanismo de estorno automático do tributo. Ao cancelar a venda, o imposto deve ser devolvido ou compensado em transações futuras.
As taxas do cartão de crédito incidem sobre o valor bruto ou líquido?
A tendência é que as taxas de adquirência sejam calculadas sobre o valor bruto da transação, antes da separação do imposto.
O MEI será afetado pelo Split Payment?
Não. O MEI continuará com seu regime de DAS-MEI mensal fixo; o Split Payment não se aplica ao Microempreendedor Individual.
O que preciso mudar no meu ERP para me adaptar?
Seu ERP deve registrar o valor total da venda, o imposto retido e o valor líquido creditado, garantindo conciliação financeira correta.
O contador ficará menos importante com a automatização?
Pelo contrário: o papel do contador se torna mais estratégico, focando em análise, planejamento tributário e consultoria financeira — não mais em gerar guias.
O Split Payment elimina minhas outras obrigações fiscais?
Não. Ele automatiza apenas o recolhimento do IBS/CBS. Você continua responsável pela emissão de documentos fiscais e entrega das obrigações acessórias.
O que minha micro ou pequena empresa deve fazer AGORA para se preparar?
O primeiro passo é a educação e o diagnóstico: entenda o novo sistema, simule impactos no fluxo e avalie, com contabilidade consultiva, ajustes estratégicos antecipados.
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