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Qual o Melhor Regime Tributário Para Sua Empresa?

Descubra qual regime tributário é o ideal para sua empresa! Aprenda a comparar Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e MEI, e como escolher o mais vantajoso para seu negócio.
Regularizar Minha Empresa Contabilidade
Por Odivan Cargnin
01 set 2025 | Atualizado 02 set 2025
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Você sabia que escolher o regime tributário errado pode custar à sua empresa até dezenas de milhares de reais por ano — e, em casos extremos, até levá-la a fechar as portas? A decisão sobre qual o melhor regime tributário para minha empresa vai muito além de simples alíquotas nominais: ela impacta diretamente sua margem líquida, fluxo de caixa e competitividade no mercado.

Segundo dados da Receita Federal, mais de 30% das micro e pequenas empresas pagam impostos acima do necessário simplesmente por não reavaliarem seu enquadramento anualmente. Um ajuste correto de regime pode gerar economia de até 25% da carga tributária, liberando recursos para reinvestimento em marketing, contratação de pessoal e inovação.

Dica da Razonet: Não existe um regime ‘perfeito’ para todas as empresas — o ideal é aquele que equilibra sua estrutura de custos, projeções de crescimento e obrigações acessórias, sempre revisitado anualmente (exceto o MEI).

Neste guia completo você vai aprender a:

  • Comparar Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e MEI
  • Avaliar alíquotas nominais versus efetivas
  • Entender obrigações acessórias de cada regime

Principais Regimes Tributários no Brasil

Antes de detalharmos cada regime, é importante mencionar o caso do MEI (Microempreendedor Individual). O MEI, tecnicamente enquadrado dentro do Simples Nacional (no sistema SIMEI), tem regras tão específicas que merece atenção à parte. É destinado a negócios de porte muito pequeno (faturamento de até R$ 81.000/ano), com tributação fixa mensal e várias restrições (até 1 empregado, lista limitada de atividades).

Simples Nacional

O que é?

Simples Nacional é o regime unificado que consolida IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e CPP numa única guia (DAS), com alíquotas progressivas conforme o faturamento. Ideal para micro e pequenas empresas, reduzindo burocracia e obrigações acessórias.

Quem pode optar?

  • Microempresas (ME): faturamento até R$ 360.000/ano
  • Empresas de Pequeno Porte (EPP): faturamento até R$ 4,8 milhões/ano
  • Micro Empreendedor Individual (MEI): Faturamento de até R$ 81.000/ano

Vantagens

  • Recolhimento unificado em guia única (DAS)
  • Obrigações acessórias simplificadas (DEFIS ou DASN-SIMEI)
  • Alíquotas iniciais reduzidas (4–6%)
  • Parcelamento facilitado em caso de inadimplência

Desvantagens

  • Pode ser mais caro para serviços com alta margem e baixa folha (Anexo V vs. Lucro Presumido)
  • Limite de faturamento e sublimites de ICMS/ISS em alguns estados
  • Proibição de sócio PJ e ausência de crédito.

Lucro Presumido

O que é?

Regime intermediário para empresas com faturamento até R$ 78 milhões/ano. Assume-se um “lucro presumido” (percentual fixo sobre a receita conforme atividade) e tributa IRPJ e CSLL sobre essa base, com PIS/Cofins cumulativos de 3,65%

Como funciona?

    • Define-se base de presunção (ex.: 8% para comércio, 32% para serviços)
    • Aplica-se 15% de IRPJ e 9% de CSLL sobre essa base
    • PIS (0,65%) + Cofins (3%) sobre o faturamento bruto

Indicados para:

Empresas de porte médio com margens previsíveis, sem muitos custos dedutíveis.

Prós e Contras:

  • Prós: apuração mais simples, tributos calculados sobre base fixa
  • Contras: não considera despesas reais; PIS/Cofins sem créditos fiscais

Lucro Real

O que é?

Regime que calcula IRPJ/CSLL sobre o lucro líquido contábil ajustado e adota PIS/Cofins não cumulativos, permitindo créditos fiscais sobre insumos

Obrigatório para:

  • Faturamento anual > R$ 78 milhões
  • Instituições financeiras e setores específicos

Indicados para:

Empresas com margens baixas, alta variação de resultados ou muitos insumos, que se beneficiam dos créditos fiscais.

Prós e Contras:

  • Prós: tributos alinhados ao desempenho real, crédito de PIS/Cofins
  • Contras: maior complexidade, escrituração contábil completa, custos elevados de compliance

MEI (SIMEI)

Embora seja “parte” do Simples Nacional, o MEI funciona como um sub-regime ultra-simplificado:

  • Teto de faturamento: R$ 81 000/ano
  • Tributação: DAS-MEI fixo (~R$ 70/mês, somando INSS + ICMS ou ISS)
  • Obrigações: Declaração anual (DASN-SIMEI) e Emissão de nota fiscal, sendo obrigatória somente se você presta serviços para PJ (opcional para PF)

Como Escolher e Simular o Regime Ideal

Para tomar uma decisão sólida, siga critérios objetivos e utilize ferramentas práticas:

Critérios de Enquadramento e Ferramentas Práticas

  • Faturamento e Limites Legais: verifique em quais regimes sua empresa se enquadra:
    • MEI: até R$ 81 000/ano
    • Simples Nacional: até R$ 4,8 mi/ano
    • Lucro Presumido: até R$ 78 mi/ano
    • Lucro Real: sem limite máximo
  • CNAE e Restrições de Atividade: confirme se seu código CNAE é permitido em cada regime, consultando a Lei Complementar nº 123/2006 e a Resolução CGSN nº 140/2018.
  • Custos de Compliance: avalie o investimento em contabilidade, sistemas e as obrigações acessórias; regimes mais complexos exigem equipe e software dedicados.
  • Folha de Pagamento: para serviços no Simples Nacional, se sua folha (pró-labore + salários) representar ≥ 28% do faturamento, você cai no Anexo III com alíquotas menores; caso contrário, fica no Anexo V. Para entender melhor como funcionam os anexos do Simples Nacional, você pode ver nosso video abaixo: 

Erros Comuns e Boas Práticas

  • Não optar “no chute”: evite escolher sem simular cenários reais; utilize dados de faturamento e custos concretos
  • Não reavaliar anualmente: a legislação e seu faturamento mudam; revise o regime todo ano antes do prazo de opção
  • Não ignorar tributos indiretos: compare sempre IRPJ/CSLL, PIS/COFINS, ICMS/ISS e as obrigações acessórias para uma decisão completa

Dica da Razonet: A melhor tributação não é a mais barata em papel, e sim a que maximiza seu lucro líquido depois de custos de compliance e riscos fiscais.”

Comparativo Prático de Carga Tributária

Para ilustrar como a escolha do regime impacta a carga tributária de uma empresa, veja o comparativo de dois cenários típicos com um faturamento de R$ 500.000 anuais, considerando os diferentes regimes tributários:

1- Simples Nacional

Comércio (R$ 500.000/ano)

  • Alíquota média: 6,73%
  • Imposto total: R$ 33.650,00

Serviço (R$ 500.000/ano, 30% de folha)

  • Alíquota média: 9,97%
  • Imposto total: R$ 49.850,00

2- Lucro Presumido

Comércio (R$ 500.000/ano)

IRPJ

  • Presunção: 8%
  • Alíquota: 15%
  • Cálculo: 500.000 * 8% = 40.000
  • Imposto: 40.000 * 15% = R$ 6.000

CSLL

  • Presunção: 12%
  • Alíquota: 9%
  • Cálculo: 500.000 * 12% = 60.000
  • Imposto: 60.000 * 9% = R$ 5.400

PIS

  • Alíquota: 0,65%
  • Cálculo: 500.000 * 0,65% = R$ 3.250

COFINS

  • Alíquota: 3%
  • Cálculo: 500.000 * 3% = R$ 15.000

Imposto total (Comércio): R$ 29.650,00 (excluindo ICMS)

3- Lucro Real

Comércio (R$ 500.000/ano, com lucro de R$ 60.000)

IRPJ

  • Alíquota: 15%
  • Cálculo: 60.000 * 15% = R$ 9.000

CSLL

  • Alíquota: 9%
  • Cálculo: 60.000 * 9% = R$ 5.400

PIS

  • Alíquota: 1,65%
  • Cálculo: 500.000 * 1,65% = R$ 8.250

COFINS

  • Alíquota: 7,60%
  • Cálculo: 500.000 * 7,60% = R$ 38.000

Imposto total (Comércio): R$ 60.500,00 (excluindo ICMS, que varia de acordo com o estado e créditos de PIS/COFINS)

Serviço (R$ 500.000/ano, com lucro de R$ 160.000)

IRPJ

  • Alíquota: 15%
  • Cálculo: 160.000 * 15% = R$ 24.000

CSLL

  • Alíquota: 9%
  • Cálculo: 160.000 * 9% = R$ 14.400

PIS

  • Alíquota: 1,65%
  • Cálculo: 500.000 * 1,65% = R$ 8.250

COFINS

  • Alíquota: 7,60%
  • Cálculo: 500.000 * 7,60% = R$ 38.000

Imposto total (Serviço): R$ 84.650,00 (excluindo ISS, que varia de 2% a 5% e créditos de PIS/COFINS)

Observações Importantes

  • Créditos de PIS e Cofins: Nos cenários de Lucro Real, a empresa pode se beneficiar de créditos fiscais sobre insumos, o que pode reduzir significativamente o valor total de impostos.
  • Imposto Adicional de IRPJ: Se a empresa tiver lucro superior a R$ 20.000 no mês, o valor que ultrapassar esse limite estará sujeito a um adicional de 10% de IRPJ, aplicado apenas sobre o valor excedente.
  • INSS Patronal: Se a empresa tiver uma folha de pagamento, será necessário pagar o INSS patronal sobre os salários, com alíquota média de 27%.

Interpretação dos Resultados

No comércio, o Simples Nacional oferece a menor carga e simplicidade de recolhimento.

Em serviços com folha de pagamento alta, o Lucro Real pode ser mais vantajoso. Isso porque, além dos impostos sobre o lucro, a empresa pode usar créditos de PIS e Cofins para reduzir a carga tributária.

O Lucro Presumido ocupa posição intermediária, mas exige monitoramento contínuo de margens e custos.

Perguntas Frequentes

  1. Quem pode optar pelo Simples Nacional? Empresas com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões e atividades permitidas pela Lei Complementar nº 123/2006.
  2. Quais são os limites de faturamento do MEI? Até R$ 81 mil por ano; permite um único sócio e no máximo um empregado, com obrigações simplificadas (DAS-MEI e DASN-SIMEI).
  3. Quando o Lucro Presumido é indicado? Para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões e margem de lucro consistente, buscando apuração simplificada de IRPJ e CSLL.
  4. Quais tributos incidem no Lucro Presumido? IRPJ (15% sobre a base presumida), CSLL (9%), PIS (0,65%) e Cofins (3%) cumulativos, além de ISS/ICMS/IPI conforme legislação.
  5. O que é Lucro Real? Regime em que IRPJ/CSLL são calculados sobre o lucro líquido contábil, com PIS/Cofins não-cumulativos e possibilidade de créditos fiscais; obrigatório para faturamento acima de R$ 78 milhões.
  6. Como funciona PIS/COFINS no Lucro Real? Alíquotas de 1,65% e 7,6% sobre a receita, com créditos sobre insumos e custos previstos em lei, reduzindo a carga efetiva.
  7. Quais obrigações acessórias do Simples Nacional? DAS mensal, declaração anual (DEFIS para ME/EPP; DASN-SIMEI para MEI) e, quando aplicável, emissão de NF-e para vendas a PJ.
  8. Qual o prazo para optar por um regime tributário? A opção deve ser feita no início do ano-calendário (ou na abertura da empresa) e é irretratável até o fim do exercício.
  9. O que acontece se eu ultrapassar o limite do Simples Nacional? Desenquadramento automático com multas e necessidade de migrar para Presumido ou Real no ano seguinte.
  10. O que é o Fator R no Simples Nacional? Percentual da folha de pagamento sobre a receita bruta dos últimos 12 meses; acima de 28% permite enquadramento no Anexo III (alíquotas menores).
  11. Por que o custo de compliance importa na escolha? Regimes mais complexos (Lucro Real) exigem maior investimento em contabilidade e sistemas, o que pode anular benefícios fiscais.
  12. Com que frequência devo revisar meu regime tributário? Anualmente — ou sempre que houver mudança de faturamento, atividade ou nova legislação (Reforma Tributária).
  13. Posso optar pelo Lucro Real mesmo faturando menos? Sim, voluntariamente, quando há grande volume de investimentos ou necessidade de créditos de PIS/COFINS.
  14. Quais atividades são vedadas no Simples Nacional? Atividades financeiras (bancos, corretoras), imobiliárias e aquelas que recebem benefícios fiscais específicos.

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Conclusão e Próximos Passos

Definir o regime tributário é apenas o primeiro passo. Para manter sua empresa alinhada às melhores práticas fiscais e aproveitar oportunidades de economia, siga este plano:

Plano de Reavaliação e Contabilidade Digital

Definir o regime é só o começo: planeje revisões anuais, acompanhe mudanças legislativas (Reforma Tributária IBS/CBS) e conte com a contabilidade digital da Razonet para ajustes contínuos.

Próximas Ações:

  • Agende uma revisão tributária ao final de cada exercício fiscal.
  • Atualize-se sobre propostas e normas em tramitação (IBS/CBS, Nova CPMF).
  • Simule cenários com nossa planilha a cada trimestre para capturar oportunidades.
  • Conte com a Razonet para automatizar seu compliance e evitar surpresas.