No Brasil, a carga tributária pode ser um dos maiores desafios para empresários e empreendedores. Com diferentes regimes, regras complexas e mudanças frequentes na legislação, é comum que empresas acabem pagando mais impostos do que deveriam simplesmente por falta de planejamento.
O planejamento tributário surge como ferramenta essencial para reduzir custos de forma legal, sem riscos de autuação. Ele permite organizar a empresa, escolher o regime adequado e aproveitar incentivos fiscais disponíveis, transformando a tributação em um aliado estratégico em vez de apenas uma obrigação.
Em 2025, com a proximidade da implementação da Reforma Tributária, o planejamento se torna ainda mais crucial para garantir previsibilidade e competitividade.
O que é Planejamento Tributário
O planejamento tributário é o conjunto de estratégias legais usadas para reduzir a carga de impostos de uma empresa. Ele vai além do simples cálculo de tributos, envolve análise do modelo de negócio, enquadramento fiscal, benefícios disponíveis e até a forma como os sócios recebem suas retiradas.
Objetivos principais
- Reduzir a carga tributária de forma legal, escolhendo o regime mais adequado.
- Prevenir riscos fiscais, evitando erros que possam gerar multas e autuações.
- Aumentar a competitividade, já que pagar menos impostos libera caixa para investir no crescimento.
- Dar previsibilidade financeira, permitindo planejar custos e margens com segurança.
Planejamento × Elisão × Evasão
- Planejamento tributário: uso de estratégias legais para pagar menos.
- Elisão fiscal: prática aceita por lei, que antecipa ou organiza operações para reduzir impostos.
- Evasão fiscal: ato ilegal de sonegar ou fraudar informações, gerando autuações e crimes tributários.
Por exemplo: uma empresa que migra do Lucro Presumido para o Lucro Real, porque sua margem de lucro é menor que a presumida pela lei, pode economizar milhares de reais ao ano.
Regimes Tributários no Brasil
Escolher o regime tributário correto é o primeiro passo para pagar menos impostos. No Brasil, existem três principais regimes, cada um com características específicas.
Simples Nacional
Indicado para micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
- Recolhe diversos tributos em uma guia única (DAS).
- Alíquotas variam conforme o faturamento e o setor de atuação, aumentando dependendo do seu faturamento anual e podendo ou não aumentar conforme a sua atuação.
- Folha de pagamento no Simples Nacional tende a ser mais barata.
Lucro Presumido
Indicado para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões.
- Base de cálculo do IRPJ e da CSLL é determinada por margens presumidas pela lei (8% para comércio, 32% para serviços, etc.).
- É vantajoso para negócios com margem de lucro real maior do que a presumida.
- Pode ser desvantajoso para empresas com margens baixas.
Lucro Real
Obrigatório para grandes empresas e instituições financeiras.
- IRPJ e CSLL são calculados sobre o lucro líquido ajustado.
- Permite compensar prejuízos fiscais e acessar incentivos como a Lei do Bem.
- Exige controles mais rigorosos, mas pode gerar economia significativa.
Benefícios do Planejamento Tributário
O planejamento tributário é mais do que uma forma de reduzir impostos: é uma ferramenta estratégica para melhorar a gestão e fortalecer a competitividade da empresa.
1. Redução legal da carga tributária
Ao escolher o regime correto e aproveitar benefícios fiscais, a empresa paga apenas o necessário, sem desperdício de recursos.
2. Previsibilidade financeira
Com os tributos projetados, o gestor consegue planejar investimentos, contratações e expansão com mais segurança.
3. Aumento da competitividade
Empresas que pagam menos impostos têm mais margem para oferecer preços melhores ou investir em diferenciais.
4. Prevenção de riscos fiscais
Um bom planejamento evita erros que poderiam gerar multas, autuações e problemas com o fisco.
5. Melhor organização administrativa
Com relatórios claros e acompanhamento constante, a contabilidade se torna um apoio estratégico e não apenas operacional.
Um exemplo dos nossos clientes foi uma loja de roupas que estava no Simples Nacional, começou a expandir rapidamente e apresentar margens de lucro mais altas. Após uma análise detalhada da contabilidade, foi constatado que migrar para o Lucro Presumido traria mais vantagens.
Com a mudança de regime, a empresa reduziu a carga tributária em cerca de 12% ao ano. Essa economia foi reinvestida no aumento do estoque e na ampliação da loja física, acelerando ainda mais o crescimento do negócio.
O planejamento tributário é a ponte entre pagar impostos de forma justa e ter recursos sobrando para crescer. Uma contabilidade Digital acaba sendo a maior aliada para isso.
Erros comuns no planejamento tributário
Apesar de ser uma ferramenta poderosa, o planejamento tributário pode falhar quando não é conduzido corretamente. Esses são os erros mais frequentes:
1. Escolher o regime tributário apenas pelo porte da empresa
Muitas empresas escolhem o Simples Nacional por ser mais prático, mas em alguns casos acabam pagando mais do que no Lucro Presumido ou Real.
2. Ignorar margens de lucro reais
Não considerar a rentabilidade do negócio ao simular os regimes leva a escolhas equivocadas e desperdício de recursos.
3. Misturar finanças pessoais e empresariais
Retiradas desorganizadas dos sócios dificultam o controle contábil e podem gerar tributação indevida.
4. Não revisar o planejamento periodicamente
Mudanças de faturamento, margens ou legislação podem tornar o regime atual desvantajoso. O ideal é revisar ao menos uma vez por ano. Planejamento tributário não é feito uma vez só — ele precisa ser atualizado para acompanhar o crescimento e as mudanças da lei.
5. Falta de documentação e compliance
Sem relatórios e registros adequados, a empresa corre riscos em fiscalizações e perde oportunidades de benefícios fiscais.
O impacto da Reforma Tributária (2026–2033)
A Reforma Tributária, aprovada em 2023, começará a ser implementada de forma gradual a partir de 2026. Ela vai unificar tributos sobre consumo e transformar a forma como empresas calculam e recolhem impostos.
Principais mudanças
- Substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, ICMS e ISS) por dois: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
- Criação do Imposto Seletivo, aplicado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
- Regime de transição até 2033, em que empresas precisarão conviver com o sistema antigo e o novo ao mesmo tempo.
E o que muda no Simples Nacional?
O Simples continuará existindo, mas com uma novidade importante: as empresas terão duas opções em relação ao IBS e à CBS:
- Incluir os tributos dentro da guia única do Simples (mantendo o modelo atual).
- Apurar o IBS e a CBS por fora do Simples. Nesse formato, a empresa ainda permanece no regime, mas os clientes passam a ter direito a créditos no novo sistema.
Atenção: optar por apurar por fora pode gerar competitividade em vendas B2B (pois o cliente ganha créditos), mas em muitos casos significa pagar mais imposto.
Impactos no planejamento tributário
- Necessidade de adaptação: as empresas terão de revisar estratégias, já que alíquotas e bases de cálculo mudarão.
- Mais transparência: a não cumulatividade plena promete reduzir o efeito cascata.
- Atenção redobrada para o Simples Nacional: empresas B2B nesse regime podem perder competitividade, pois seus clientes terão menos créditos de impostos.
Dica da Razonet: A Reforma Tributária trará oportunidades e riscos. Quem começar a se planejar agora terá vantagem quando as mudanças entrarem em vigor.
Como é feito um Planejamento Tributário
Um bom planejamento tributário exige método e análise criteriosa. Não se trata apenas de escolher um regime, mas de construir uma estratégia alinhada ao modelo de negócios e às metas da empresa. Para isso, normalmente seu contador irá realizar os seguintes passos:
Passo a passo
- Levantamento de dados — Reunir informações sobre faturamento, margens de lucro, folha de pagamento, despesas e investimentos previstos.
- Simulação dos regimes tributários — Comparar como a empresa seria tributada no Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, considerando alíquotas e benefícios.
- Análise de incentivos fiscais — Verificar benefícios federais (Lei do Bem, PAT, Inova Simples) e regionais (reduções de ICMS, ISS e IPTU).
- Definição da melhor estratégia — Escolher o regime mais econômico e legalmente seguro, considerando curto e longo prazo.
- Implementação e acompanhamento — Colocar em prática as mudanças e revisar periodicamente para ajustar conforme a realidade da empresa e alterações na legislação.
Papel da contabilidade digital
A contabilidade digital vai além da automação de processos: ela se torna uma aliada estratégica no planejamento tributário.
Com a integração de dados em tempo real, uso de tecnologia e relatórios inteligentes, o gestor tem uma visão clara do negócio e consegue tomar decisões tributárias mais assertivas. Isso significa menos riscos, mais economia e maior competitividade.
Principais contribuições da contabilidade digital:
- Agilidade no acesso às informações: relatórios em tempo real permitem ajustes rápidos de acordo com a legislação e o desempenho da empresa.
- Simulações precisas: com dados organizados, é possível comparar diferentes regimes tributários (Simples, Presumido, Real) de forma prática.
- Redução de erros humanos: automatizações evitam falhas que poderiam gerar multas e autuações.
- Visão estratégica: em vez de apenas cumprir obrigações, a contabilidade digital ajuda o empreendedor a planejar crescimento com base em números confiáveis.
O que Fazer Agora?
O planejamento tributário é a forma mais eficiente de garantir que sua empresa pague menos impostos de forma legal e segura. Ele não apenas reduz custos, mas também traz previsibilidade, competitividade e organização para crescer de forma sustentável.
Empresas que revisam periodicamente seu regime tributário e aproveitam incentivos fiscais conseguem liberar recursos para investir em inovação, contratar mais e expandir. Já aquelas que ignoram o planejamento acabam pagando mais do que deveriam — um erro que compromete a rentabilidade.
Resumo prático:
- Planejamento tributário não é opção, é necessidade.
- O regime certo pode economizar milhares de reais ao ano.
- A Reforma Tributária reforça a importância de revisar estratégias já em 2025.
Mas em nenhuma hipótese tente fazer o seu planejamento tributário sozinho. Isso acabará acarretando em um processo cansativo e errado por conta da falta de experiência. Para isso, você pode conversar com os nossos contadores e deixar que cuidamos disso por você.
Perguntas Frequentes — Planejamento Tributário (2025)
1. O que é planejamento tributário?
É o uso de estratégias legais para reduzir a carga de impostos, escolhendo o regime e os benefícios fiscais mais vantajosos para a empresa.
2. Planejamento tributário é o mesmo que sonegação?
Não. Sonegar é ilegal. O planejamento é legal e previsto em lei, desde que feito corretamente.
3. Toda empresa pode fazer planejamento tributário?
Sim. De pequenas a grandes empresas, todas podem se beneficiar ao revisar enquadramento e incentivos fiscais.
4. De quanto em quanto tempo devo revisar meu regime tributário?
Pelo menos uma vez por ano, ou sempre que houver mudanças significativas no faturamento, margem de lucro ou legislação.
5. Qual o regime mais barato para empresas?
Depende do modelo de negócio. Simples, Presumido ou Real podem ser vantajosos conforme margem e faturamento.
6. Empresas no Simples Nacional também precisam de planejamento?
Sim. Em alguns casos, migrar para o Lucro Presumido ou Real pode gerar economia significativa.
7. Quais benefícios fiscais estão disponíveis no Brasil?
Exemplos: Lei do Bem, PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), Inova Simples, além de incentivos regionais como redução de ICMS, ISS e IPTU.
8. É possível recuperar impostos pagos a mais?
Sim. Empresas que recolheram tributos indevidamente podem solicitar restituição ou compensação.
9. Como a contabilidade digital ajuda no planejamento?
Ela integra dados em tempo real, gera relatórios comparativos e facilita simulações entre regimes tributários.
10. Planejamento tributário serve só para reduzir impostos?
Não. Ele também previne riscos fiscais, aumenta a competitividade e melhora a organização financeira.
11. Quais erros mais comuns prejudicam o planejamento?
Não revisar regimes, ignorar margens reais, misturar finanças pessoais com empresariais e não manter documentação em dia.
12. A Reforma Tributária vai acabar com o planejamento tributário?
Não. Ela mudará regras e exigirá novos estudos, mas o planejamento continuará sendo essencial.
13. O planejamento tributário ajuda na captação de investimentos?
Sim. Demonstra organização financeira e transparência, fatores valorizados por investidores.
14. O que é elisão fiscal?
É a prática legal de organizar operações para reduzir ou adiar a incidência de impostos, diferente da evasão fiscal (ilegal).
15. A Razonet pode fazer o planejamento tributário da minha empresa?
Sim. A Razonet oferece contabilidade digital com consultoria especializada em planejamento tributário para reduzir custos e aumentar a segurança.